feminismo

Sociedade

2022

Explicamos o que é hembrismo, suas diferenças com o feminismo e sua relação com o machismo. Além disso, o debate que ela provoca.

O hembrismo seria o equivalente inverso do machismo.

O que é hembrismo?

Por feminismo entende-se a discriminação sexual contra os homens, pelas mulheres. É um neologismo que se propõe como conceito inverso e oposto de sexismo, e cuja existência ou mesmo possibilidade real se debate atualmente.

Não deve de forma alguma ser confundido com feminismo, que é uma escola crítica de pensamento que busca a igualdade entre homens e mulheres, desmontando o pensamento patriarcal.

O uso deste termo se tornou popular em muitas discussões contemporâneas sobre o Igualdade de gênero e reivindicações feministas, especialmente intensas e tornadas visíveis durante a segunda década do século XXI. Tem sido proposto como um correlato radical do machismo, ou seja, uma forma exclusiva de pensar exercida pelas mulheres em relação aos homens.

É entendida como uma resposta ou retaliação ao machismo tradicional da maioria dos culturas humanas. No entanto, nem todas as instituições de língua e cultura admitiram seu uso, nem o incorporaram em discursos formais ou oficiais.

Para citar dois casos, no Dicionário da Real Academia Espanhola não é mencionado, mas o Professor Manuel Alvar Ezquerra, da Universidade Complutense de Madrid, define hembrismo como “discriminação sexual, de natureza dominante, adotada por mulheres”.

No entanto, o termo feminismo foi utilizado na década de 1960 pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu, em seu livro Dominação masculina. Paradoxalmente, o teórico o usou para se referir ao atitude excessivamente servil que a cultura machista tradicional atribui e impõe às mulheres.

Em outras palavras, para Bourdieu, consistia em um conceito complementar de machismo: se este é a dominação masculina do sociedade, o hembrismo seria a submissão feminina na mesma. Visto assim, o machismo produziria feminilidade.

Debate sobre feminismo

As autoridades da crítica feminista alegam que o hembrismo não existe, mas é um neologismo criado por certos setores conservadores que se recusaram a abrir mão de seus privilégios sexistas. Ou seja, é usado para desacreditar a luta pelo feminismo, querendo vendê-la como um suposto ódio a todo o gênero masculino.

Porém, em outros casos, o termo é usado para se referir à existência de um feminismo radical, como forma de separá-lo de correntes menos violentas, mais reformistas, se preferir.

O ressurgimento do feminismo no início do século 21 gerou em algumas comunidades a ideia de que a masculinidade está sob ataque e que o feminismo seguiria uma agenda para castrar simbolicamente os homens. O uso do termo hembrist como "feminista radical" parece emergir desses setores.

Por exemplo, é freqüentemente usado em movimentos neocon (neoconservadores) ou Direita Alternativa ou direito alternativo, que acusa a sociedade de sofrer com uma agenda de "marxismo cultural" que ameaçaria o valores ocidental tradicional. Uma das vozes mais conhecidas nesse tipo de comunidade é o psicólogo canadense Jordan Peterson.

Por outro lado, para a maioria dos acadêmicos tradicionais, esses tipos de reivindicações baseiam-se apenas na defesa dos privilégios da classe conservadora e não devem ser levados a sério. O debate, de qualquer forma, está em andamento.

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