feitiçaria

Cultura

2022

Explicamos o que é bruxaria, as primeiras histórias que a mencionam, a caça às bruxas e sua representação no folclore atual.

As bruxas são seres supostamente dotados de poderes sobrenaturais.

O que é bruxaria?

Bruxaria é o conjunto de crenças e práticas rituais atribuídas às bruxas (e menos frequentemente, às bruxas), ou seja, a indivíduos supostamente dotados de poderes sobrenaturais em decorrência de conhecimento arcano ou oculto, ou de pactos com entidades demoníacas.

A feitiçaria é uma categoria ampla e heterogênea, condenada pela religiões tradicional e ligado a paganismo. Existe desde Antiguidade, embora não necessariamente com o mesmo nome, nem entendida da mesma forma que hoje.

É difícil saber quando a palavra "bruxa" e seu derivado "bruxaria" começaram a ser empregadas, já que sua origem é desconhecida e há razões para pensar que se trate de uma palavra com etimologia pré-romana, talvez celta ou germânica. Em qualquer caso, o primeiro registro documentado da palavra, escrito como “Bruxa", Datas de Europa do século XIII.

Mesmo assim, a figura das cartomantes, feiticeiras ou encantadoras remonta ao Idade Antiga e aparece em vários textos literários. Por exemplo, no Odisséia Surge a feiticeira Circe, uma habitante da ilha de Eea, que por meio de poções transformou seus inimigos em animais ou os fez esquecer sua casa; e em outras obras a feiticeira Medéia, esposa de Jason, que tinha conhecimento de magia.

Existem relatos semelhantes no Antigo Testamento Bíblico, nos quais o Rei Saul consulta a "bruxa de Endor". Também registra a prática do "mau-olhado" por bruxas e bruxas no Egito Antigo e outras civilizações Mediterrâneo e africano, em que talismãs eram comuns para preveni-lo.

Nessas histórias, traços característicos já eram atribuídos às bruxas, como o conhecimento de poções e ervas, o dom da metamorfose em animais, necromancia, a habilidade de voar (em vassouras ou transformado em abutres), ingestão de comida. Estranhos, geralmente partes de lagartos, morcegos ou insetos, ou mesmo canibalismo (especialmente o consumo de crianças pequenas) ou sacrifício ritual.

Durante o final do Idade Média e começos de Renascimento a feitiçaria ocupou lugar de destaque no imaginário do Ocidente, uma vez que as instituições religiosas do cristandade estavam ativamente engajados na busca e perseguição de bruxas, especialmente por meio do Santo Ofício do Inquisição.

Acusadas de heresia, pactos demoníacos e a prática das artes das trevas (adivinhação, necromancia, etc.), muitas mulheres em toda a Europa e América foram submetidas a tortura e execuções públicas, como sendo queimadas vivas na fogueira.

Registros importantes permanecem de tais caças às bruxas, que começaram no século XIII e seus momentos mais frenéticos nos séculos XVI e XVII. Por exemplo:

  • Directorium inquisitorium de 1376, é o manual dos inquisidores de Nicolás Aymerich (1320-1399). Nele se distinguem três formas de bruxaria, com base em suas supostas práticas demoníacas.
  • Malleus maleficarum datado de 1487, é um exaustivo tratado renascentista sobre feitiçaria.
  • Demonomanie des sorciers, de 1580, do francês Jean Bodin.

O Reforma ProtestanteLonge de acabar com tais práticas, ele as assumiu com fervor. Estima-se que somente no sul da Alemanha cerca de 3.230 "bruxas" foram queimadas, entre 1560 e 1670, e na Escócia apenas cerca de 4.400 entre 1590 e 1680.

Só com o Revolução científica e o advento do Ilustração A obsessão cristã com a feitiçaria perdeu a sua intensidade, passando antes para o reino do folclore e tradições popular, até infantil.

É assim que a bruxaria chega até os dias atuais. Hoje, as bruxas fazem parte do imaginário dos contos de fadas e do folclore camponês. Porém, ainda existem grupos religiosos que ainda acusam os praticantes de outros cultos de bruxaria, principalmente religiões não ocidentais (como os iorubás ou outras africanas), ou ainda praticantes do neopaganismo, através de cultos como a Wicca ou o neodruidismo.

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