elegia

Literatura

2022

Explicamos o que é elegia, a origem do termo e a história deste tipo de poesia. Além disso, exemplos de grandes autores.

A elegia expressa dor ou desespero diante da perda.

Qual é a elegia?

Elegia é um tipo de poesia letra cujas peças consistem em uma lamentação, ou seja, uma expressão de dor ou desespero pela perda de um ente querido, um sentimento, uma pátria e assim por diante. Aquilo que é próprio ou semelhante à elegia é conhecido como "elegíaco" e, da mesma forma, em música elegias são consideradas composições particularmente tristes ou sombrias.

O termo "elegia" vem da voz grega élegos, nome que antigamente dava a um canto fúnebre acompanhado de flauta ou lira, e que se caracterizava por um tipo particular de métrica: o "dístico elegíaco", composto por um hexâmetro e um pentâmetro. Esse tipo de versículo era muito comum na poesia greco-latina, não apenas para expressar luto ou luto, embora esse fosse talvez seu propósito original.

Na verdade, durante o período arcaico da antiguidade grega (séculos VII a VI aC), esse tipo de estrofe era usado para cantar temas solenes, como o morte, a guerra ou a pátria, em extensas obras escritas por Sólon (c. 638-558 aC), Arquíloco (712-664 aC), Calino, Tirteo e Mimnermo (entre os séculos VII e VI aC). Originalmente, a elegia era cantada no dialeto jônico, mas logo se tornou o gênero lírico mais popular em todos os Grécia antiga.

Por sua vez, os romanos herdaram a elegia grega e um de seus principais cultistas foi o poeta e dramaturgo Quinto Ennio (239-169 aC). No entanto, os romanos preservaram o verso elegíaco e o destinaram aos temas do amor, como nas obras eminentemente eróticas de Albio Tibulo (54-19 aC) e Sexto Propercio (c. 53-c.16 aC).

Por esse motivo, durante o Renascimento Autores hispânicos e italianos cultivaram a elegia como um gênero de poesia de amor, afastando-se do sentido grego original.

Porém, a partir do desenvolvimento do gênero no século XVI, os poetas Juan Boscán (1487-1542) e Garcilaso de la Vega (1498-1536) o reinventaram, substituindo a métrica tradicional pelo trigêmeo encadeado (também um terceiro dantesco, por Dante Alighieri), e essa foi a partir de então a métrica habitual do poemas elegíaco.

Exemplos de elegias

Alguns exemplos de poemas elegíacos são os seguintes:

  • Elegia das Musas de Sólon de Atenas (c. 638-558 aC).
  • Coplas sobre a morte do mestre Dom Rodrigo de Jorge Manrique (c. 1440-1479).
  • Choro por Ignacio Sánchez Mejías de Federico García Lorca (1898-1936).
  • Elegia a Ramón Sijé de Miguel Hernández (1910-1942).
  • Elegia da memória impossível de Jorge Luis Borges (1899-1986).
  • Interrupção da elegia de Octavio Paz (1914-1998).
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