narrador testemunha

Literatura

2022

Explicamos o que é o narrador testemunha, suas características e exemplos. Além disso, o narrador principal e o narrador onisciente.

O narrador testemunha conta o que acontece aos outros.

Qual é o narrador da testemunha?

O narrador testemunha ou narrador metadiegético (isto é, dentro da diegese, que é o mundo em que ocorrem os acontecimentos narrados) é a voz narrativa que conta os acontecimentos de uma história, da qual não foi protagonista, mas da qual pode suportar testemunha. Ou seja, trata-se de um observador dentro da história, que conta o que acontece a terceiros, seja na primeira (eu) ou na terceira (ele) pessoa gramatical.

Esse tipo de narrador é facilmente diferenciado do protagonista, que é aquele para quem as coisas da história acontecem, mas ainda conta os acontecimentos como se os tivesse testemunhado em primeira mão. Isso lhe permite contar a história de diferentes perspectivas: tangencialmente envolvido na trama, observando o protagonista de perto, observando-o de longe como uma eventual testemunha, ou mesmo através de referências de terceiros.

Dependendo disso, podemos classificar o narrador testemunha da seguinte forma:

  • Uma testemunha impessoal, que se limita a contar o que vê, quase sempre no presente, como a câmera em um filme. É impessoal porque não tem personalidadeEle nunca diz "eu" e se limita a referir-se aos eventos que testemunhou.
  • Uma testemunha pessoal, ele geralmente relata os eventos que testemunhou pessoalmente, sem poupar informações sobre quem ele é e como soube o que sabia. Geralmente, a história depende do seu memória, ou sua capacidade de deduzir em formação pelo que ele testemunhou.
  • Testemunha informante é aquela que "transcreve" os fatos em relatório ou documento oficial, comunicado de imprensa ou qualquer espécie, apresentando-os como autênticos e nos dando a impressão de fazer parte do mundo ficcional narrado.

O narrador testemunha é um dos mais comuns na tradição narrativa ocidental moderna, junto com o narrador protagonista. Encontra-se principalmente em histórias que jogam com a fidelidade de suas memórias (pobre narrador), ou com agendas ocultas no narração (narrador não confiável).

Características do narrador testemunha

Em geral, todo narrador testemunha é caracterizado pelo seguinte:

  • Conta os eventos que constituem a história de uma perspectiva única, correspondendo a um personagem da enredo que sirva de testemunha, ou entidade não envolvida na trama, mas presente no momento da realização dos fatos.
  • O narrador testemunha nunca é o protagonista da história.
  • Possui uma quantidade limitada de informações, que pode ser maior, igual ou menor que a disponível para o protagonista, mas sempre idêntica à disponível para o leitor.
  • Ao mesmo tempo, ele está imerso na história, de modo que raramente acessa informações fora dela, nem pode antecipar as coisas como faria. narrador onisciente.
  • Você pode narrar na 1ª (I) ou 3ª (ele) pessoa gramatical.
  • Você pode disfarçar sua voz como se fosse uma entrada de texto: recortes de imprensa, documentos oficiais, testemunhos, etc.

Exemplos de narrador testemunha

Aqui estão alguns exemplos de cada forma de narrador testemunha:

  • Narrador de testemunha impessoal: "The Assassins" de Ernest Hemingway.
  • Narrador de testemunha pessoal: “Esbjerg, na costa” de Juan Carlos Onetti.
  • Narrador testemunha informante: “Pierre Menard, autor de Dom Quixote” de Jorge Luis Borges.

Narrador principal

Ao contrário da testemunha, o narrador principal é o personagem principal da história, que a conta na primeira pessoa. Sempre sabemos tudo o que aconteceu por meio dele, seja no momento presente ou pelos recessos de sua memória.

Em ambos os casos, sabemos apenas o que ele poderia saber instantaneamente, ou talvez o que mais tarde ele entendeu com sua experiência. Estamos limitados ao que ele pode nos dizer, sempre.

Um exemplo desse tipo de contador de histórias é encontrado no conto "O Abutre", de Franz Kafka.

Narrador onisciente

Também conhecido como “narrador-diretor”, é um narrador que não pertence ao mundo da história, mas que está presente em todos os momentos e lugares dela, como se fosse um deus.

É onipresente, vê tudo, sabe tudo, tem informações que os personagens não conhecem, e pode pular de um lugar para outro e até mesmo de um momento para outro, conforme sua conveniência. Ele também sabe o que está na cabeça dos diferentes personagens, não apenas do protagonista, já que tem um ponto de vista total.

Um exemplo desse tipo de narrador pode ser encontrado em "Bola de sebo", de Guy de Maupassant.

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