absolutismo

História

2022

Explicamos o que era o absolutismo, o contexto histórico em que surgiu e suas características. Além disso, os monarcas que o praticavam.

O absolutismo era a ideologia e o regime político do Antigo Regime.

O que é absolutismo?

Absolutismo era uma ideologia e um regime político típico do chamado Antigo Regime (Antigo regime em francês), ou seja, da situação no Europa monárquico, antes do Revolução Francesa 1789. O nome absolutismo vem da existência de um governo absoluto, que controla todo o sociedade sem prestar contas a ninguém, e isso naquela época repousava na figura de reis.

O absolutismo foi o modelo político predominante entre os séculos 16 e 19, quando foi violentamente derrubado por revoluções, como no caso da França, ou gradualmente se transformou em um sistema monárquico liberal, como aconteceu na Inglaterra.

Esses governos totais da aristocracia eram conhecidos como monarquias absolutistas e neles não havia nenhum tipo de instituições (ou poderes públicos) que medeiam entre as pessoas e a autoridade, ou entre as quais o posso ser distribuído. Em vez disso, o rei era o Doença e sua palavra foi lei.

Essa relação pode ser expressa em termos legais, pois a autoridade (neste caso o monarca) tinha apenas direitos sobre seus súditos, e nenhum tipo de dever; o que significa que está além das próprias leis que formula.

Ou seja, um rei não poderia ser julgado por violar as próprias leis que formulou, visto que está em outro plano, o da autoridade absoluta. Nem poderiam suas decisões ser questionadas, nem poderiam infringir suas Vai, nem protesto a ninguém: o rei era o magistrado supremo em todas as áreas possíveis.

Paradoxalmente, o absolutismo coexistiu durante parte do século 18 com o Ilustração e suas propostas liberais e emancipatórias, dando origem ao despotismo esclarecido, isto é, a uma forma de monarquia autoritária que promovia as idéias de progresso e educação entre seus súditos. Só em meados do século XIX é que a chamada Primavera dos Povos acabou com ela no continente europeu.

Contexto histórico do absolutismo

A história do absolutismo começa com o fim do Idade Média, quando as monarquias europeias começaram a concentrar o poder em suas mãos. Isso foi possível devido ao enfraquecimento da Igreja Católica e do papado, resultado de eventos anteriores, como o Cisma Ocidental e o Reforma Protestante.

Sem ninguém para contradizer seu poder, os reis passaram a atuar de forma cada vez mais autoritária, principalmente nos reinos de Portugal, Espanha, França e Inglaterra, que cada vez mais funcionavam como Estados-nação. Este é o momento do início da transição de feudalismo ao capitalismo.

No entanto, o absolutismo total ocorreu na França do século XVII, sob o reinado de Luís XIV, famoso por sua frase "Eu sou o Estado" (em francês: L'État, c’est moi) Nesse país, foi desenvolvida a teoria do direito divino ao poder real, segundo a qual os monarcas eram escolhidos pela divindade para governar em seu nome e, portanto, suas palavras eram mais ou menos equivalentes às palavras de Deus.

Características do absolutismo

Para o absolutismo, o poder dos reis foi concedido por Deus.

Em linhas gerais, o absolutismo apresentou as seguintes características:

  • Não havia propriamente um Estado, ou em qualquer caso o Estado foi reduzido à figura do rei. Não existiam poderes públicos, nem Estado de Direito. A vontade do monarca era lei e, como lei, era inquestionável.
  • O direito do monarca à autoridade era de origem divina, ou seja, havia sido estabelecido pelo próprio Deus para governar. Por esse motivo, esperava-se que ele também fosse o chefe temporário da igreja em seu domínio.
  • A vontade do rei não tinha limites e tinha que governar em questões econômicas, religiosas, jurídicas, diplomáticas, burocráticas e militares.
  • A autoridade do rei era vitalícia e hereditária.
  • O modelo absolutista de sociedade continuou a ser feudal, apesar de logo o surgimento do capital e do burguesia levou à concentração de economia nas cidades.

Representantes do absolutismo

Houve pensadores e teóricos que falavam do absolutismo, defendendo-o como um sistema natural de governo ou como o melhor entre os disponíveis. Alguns deles foram Jean Bodin (1530-1596), Thomas Hobbes (1588-1679) ou Jacques Bossuet (1627-1704).

Por outro lado, um conde de monarcas que praticavam o doutrina do absolutismo inclui:

  • Luís XIV da França, o "Rei Sol" (1638-1715).
  • Felipe V da Espanha, “el Animoso” (1683-1746).
  • Carlos XII da Suécia (1682-1718).
  • James II da Inglaterra (1633-1701).
  • Frederico I da Prússia, o "Rei Sargento" (1688-1740).
  • Carlos II da Inglaterra (1630-1685).
  • Pedro I da Rússia, "Pedro o Grande" (1672-1725).
  • Carlos VI do Sacro Império Romano (1685-1740).
  • Gustav III da Suécia (1746-1792).
  • Fernando VII da Espanha, o "rei criminoso" (1784-1833).

O fim do absolutismo

A onda revolucionária de 1848 ficou conhecida como a "Primavera dos Povos".

A queda do absolutismo na Europa ocorreu com o Congresso de Viena em 1814 que restaurou o monarquia tradicional, uma vez derrotado o Império de Napoleão Bonaparte. Contra a vontade de seus povos, novos monarcas absolutos sentaram-se em seus tronos, e se pensou que o caminho político da Revolução Francesa poderia ser retraçado, no que foi chamado de "Restauração Européia".

Contudo, Ideias Liberais e revolucionários já haviam sido semeados e, com exceção do Império Russo que durou até 1917, a maioria das monarquias absolutistas da Europa sucumbiu à onda revolucionária de 1848, conhecida como a Primavera dos Povos ou Ano das Revoluções.

Foram revoluções liberais e nacionalistas, nas quais os primeiros sinais de um movimento trabalhista organizado. Embora tenham sido em sua maioria contidos ou reprimidos, eles deixaram clara a impossibilidade de sustentar o absolutismo muito mais como um sistema de governo.

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