candomblé

Cultura

2022

Explicamos o que é o candomblé, como surgiu e quais são suas crenças. Além disso, contamos como ela difere da Umbanda.

O candomblé é um legado direto da América colonial.

O que é candomblé?

O candomblé é um religião de origem afro-americana, difundida em diversos países da América do Sul: principalmente no Brasil, mas também na Argentina, Paraguai, Venezuela e Uruguai. Sua prática é herança direta da América colonial e da hibridização que se deu entre os diferentes culturas mulheres africanas que chegaram ao continente em condições de escravidão, que incluem Yoruba, Bantu, Daomé e Mahin.

É uma religião animista, em que cultuam o orixás, ou seja, aos espíritos ou divindades guardiãs dos diversos campos da vida natural e das diferentes emoções e necessidades humanas. Difundida no Brasil, é praticada por aproximadamente 3 milhões de cidadãos (1,5% da população total deste país) e seu principal local de culto é na cidade de Salvador da Bahia.

O candomblé não deve ser confundido com outras religiões americanas de origem africana, como o Umbanda, batuque ou santeria caribenha, embora compartilhem fortes laços culturais e étnicos. O candomblé atualmente faz parte do patrimônio cultural e o folclore Os brasileiros, embora adoração Foi historicamente perseguido e até mesmo criminalizado por alguns setores sociais e religiosos.

origem do candomblé

Assim como outras religiões e cultos de origem africana, os princípios do candomblé América no século 16, nas tradições dos escravos africanos trazidos para as plantações coloniais como mão de obra.

No caso do Brasil, esses escravos pertenciam ao etnias Bantu, Yoruba, Ewe e Fon, principalmente nativos da atual Nigéria e Benin. Apesar de falarem línguas diferentes e praticarem sua religião de forma um pouco diferente, uma vez em solo americano, houve assimilação e hibridização cultural entre eles, semeando as sementes de diversos cultos afro-brasileiros, como o candomblé.

A aparição "formal" do candomblé, no entanto, ocorreu no início do século XIX, quando o primeiro templo (terreiro, em português) dedicado ao culto: Ilê Axé Iyá Nassqualquer OK, também conhecido como o "Terreiro de Casa Blanca".

Sua fundação é atribuída a Iyá Nassô, escrava liberta e primeira sacerdotisa (mãe-de-santo) do culto, que havia participado da fundação de outros templos anteriores da cidade. Mas conta-se que em 1835 a sua família foi acusada de instigar uma revolta entre os escravos e estes foram obrigados a regressar a África. Então, uma de suas antigas companheiras, chamada Marcelina, assumiu a liderança do templo até sua morte em 1885.

Novo terreiros surgiu mais tarde, como resultado de disputas internas e desentendimentos entre os fiéis, mas sempre sob o olhar reprovador da Igreja Católica e das classes altas da Igreja. sociedade, que temia uma réplica no Brasil de uma revolta de escravos como a que ocorreu no Haiti no início do século XIX. Assim, por exemplo, nas primeiras constituições republicanas do Brasil, os cultos de origem africana eram indiretamente proibidos, uma vez que o uso de talismãs, magia, espiritismo e outras práticas importantes no candomblé.

No entanto, as primeiras décadas do século XX permitiram o ressurgimento público do Candomblé, juntamente com outras religiões africanas, na medida em que a sociedade brasileira aceitou definir-se como produto da miscigenação e multirracial por natureza. Por volta de 1930, surgiram os primeiros estudos acadêmicos sobre o candomblé, que permitiram maior padronização e maior reconhecimento público, graças às contribuições de acadêmicos como Raimundo Nina Rodrigues, Edison Carneiro e Ruth Landes.

Esse contexto também propiciou o surgimento da Federação Baiana de Cultos Afro-Brasileiros, entre outras instituições que reconheciam e defendiam o legado religioso africano. Isso contribuiu muito para o respeito e aceitação do candomblé. Até a mãe Menininha do Gantois, líder espiritual (iyalorixá) do também famoso terreiro Ilê Axé Iyá Omin Iyamassê, foi muitas vezes reconhecido como um símbolo do Brasil e do folclore brasileiro.

Crenças do candomblé

O candomblé acredita em divindades menores e em um deus supremo que mantém o equilíbrio universal.

O candomblé é uma religião totêmica e animista, que acredita na existência de um espírito da natureza comparável ao animar humano, cujos aspectos específicos se distribuem entre um grupo de divindades chamadas orixás, voduns qualquer nkisis, e que atuam como patronos do humanidade. Os praticantes de candomblé, portanto, os cultuam e fazem oferendas e oferendas, dependendo do que a divindade “pedir”.

acima de orixás Existe, no entanto, uma divindade mais ou menos equivalente ao deus monoteísta, isto é, um deus supremo responsável por todas as coisas, que é Olorun, Zâmbia qualquer Mawu. A existência de divindades menores não contradiz a autoridade desse deus principal que mantém o equilíbrio universal e que também governa a vida após a morte ou o mundo dos mortos.

A diferença nos nomes das divindades do candomblé se deve à natureza sincrética e diversa do culto, que tem raízes em diferentes línguas africanas. Por outro lado, o calendário religioso desta religião coincide em muitas ocasiões com o católico, o que se deve ao fato de que na época colonial o culto africano era disfarçado através das próprias celebrações católicas.

Diferenças entre Candomblé e Umbanda

Os ritos do candomblé são muito diversos, pois não são praticados de forma única e padronizada.

Candomblé e Umbanda são religiões afro-brasileiras, herdeiras da cultura que os escravos africanos trouxeram para a América e ali se misturaram com as culturas indígenas e com a cristã portuguesa. Ambos respondem a padrões culturais e religiosos que eram mais ou menos comuns na África da época, ou seja, eram compartilhados em certa medida por diferentes grupos étnicos, embora em línguas diferentes e com particularidades. No entanto, estas não são religiões equivalentes.

Na verdade, o Candomblé é uma religião muito mais antiga que reflete mais fielmente a cultura africana dos escravos coloniais. Suas danças, oferendas e ritos são, ao mesmo tempo, muito mais diversos, pois o candomblé não é praticado de forma única e padronizada. Mesmo assim, em suas celebrações, o Candomblé não costuma ter médiuns e bens espirituais, o que é extremamente comum na Umbanda.

Por sua vez, a Umbanda é um culto mais jovem, nascido no início do século XX, e com maior grau de sincretismo, ou seja, de hibridização entre culturas indígenas, africanas e católicas. Ao mesmo tempo, é um culto mais institucionalizado, padronizado e teologicamente consolidado que o candomblé, que é mais tradicional.

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