guerra cristero

História

2022

Explicamos o que foi a Guerra Cristero na história do México, suas causas, consequências e protagonistas. Além disso, o fim da guerra.

A Guerra Cristero foi um conflito armado entre o governo mexicano e grupos católicos.

O que foi a Guerra Cristero?

No história do México, é conhecida como Guerra Cristero (de Cristo, o ícone católico), também chamada de Guerra de los Cristeros ou Cristiada, a um conflito armado ocorrido entre 1926 e 1929.

Este conflito está inserido nas inúmeras tensões pós-revolucionárias entre os setores conservadores, de filiação. religioso, e os setores liberais do sociedade Mexicano. Enfrentou o governo e as milícias seculares mexicanas, contra facções religiosas católicas que rejeitaram as recentes medidas liberais do Presidente Plutarco Elías Calles (1877-1945).

Um precedente importante foi a promulgação da Constituição de 1917, que negou a personalidade jurídica para as igrejas. Também proibia a participação do clero em política bem como a adoração pública fora dos templos e a Igreja foi privada do direito aos bens imóveis.

Como se não bastasse, em 1921 houve um atentado à Antiga Basílica de Guadalupe que tentou destruir a imagem da Virgem de Guadalupe, mas ao não danificar a imagem, consolidou-se a ideia de que tinha sido um milagre e que os católicos deveriam proteger seus interesses a todo custo.

Causas da Guerra Cristero

A principal causa da Guerra Cristero foi a modificação do Código Penal de 1926, realizada pelo presidente, na chamada Lei Calles. Procurou limitar ainda mais a participação da Igreja na vida pública, aumentando o poder da Doença sobre a constituição da Igreja mexicana.

A resposta da sociedade católica consistiu em uma coleta de assinaturas para solicitar uma reforma constitucional, que foi rejeitada. Posteriormente fez um boicote ao pagamento de impostos e minimizou o consumo de produtos Y Serviços vinculado ao governo, o que resultou em prejuízos significativos à precária economia do momento.

Assim nasceu um forte movimento social em favor do direito ao culto livre. Sob o lema "Viva Cristo Rei!" ou "Viva Santa María de Guadalupe!", começaram a coleta de armas e a formação de guerrilheiros camponeses, acreditando viável uma saída militar para o conflito. Não se sabe se o nome "Cristero" foi escolhido pelos guerrilheiros ou se foi um termo pejorativo dado a eles por seus inimigos.

Conseqüências da Guerra Cristero

A Guerra Cristero, que durou três anos, causou cerca de 250.000 mortes, entre civis e combatentes. Houve também uma onda de refugiados para os Estados Unidos que atingiu o mesmo número, mas cidadãos principalmente não combatentes.

Como em muitos conflitos locais da época, vários interesses locais estiveram envolvidos, como os Estados Unidos e em particular a Ku Klux Klan, em apoio ao Exército mexicano, ou a Santa Sé do Vaticano e os Cavaleiros de Colombo, em apoio do lado cristero.

Em relação às decisões políticas, a guerra obrigou o Estado a modificar suas reformas laicas em matéria educacional, para adiar a aplicação de seu leis em questões de cultos, e centralizar no presidente, a relação entre o Estado e a Igreja.

Por sua vez, este último nomeou o Arcebispo do México como interlocutor das autoridades federais, evitando qualquer tipo de pronunciamento político por parte dos Bispos e outras autoridades eclesiásticas. Finalmente um modus vivendi entre Estado e Igreja, ou seja, uma forma de tolerância Y coexistência.

Personagens da Guerra Cristero

A Guerra Cristero teve início durante o governo de Plutarco Elías Calles.

Os personagens mais relevantes da Guerra Cristero foram:

  • Plutarco Elías Calles. Presidente do México no início do conflito, e uma figura central no período pós-revolucionário mexicano, ao se tornar o “Chefe Máximo da Revolução” e puxar os cordões dos governos após o seu. Com a promulgação da Lei Calles, ele desencadeou definitivamente o conflito armado entre os Cristeros e o Estado.
  • Emilio Portes Gil. Electro presidente interino do México (1928-1930) após o fim do governo Calles e o assassinato de Álvaro Obregón, que havia sido reeleito em meio a muitas tensões políticas, foi desde o início um participante e líder nas negociações para restabelecer o Paz.
  • Enrique Gorostieta Velarde. Militar da Revolução Mexicana contratado pela Liga Nacional de Defesa da Liberdade Religiosa (LNDR) para liderar as tropas Cristero, aproveitando as divergências com Álvaro Obregón e Plutarco Elías Calles. Ele foi assassinado no âmbito das negociações de paz no final do conflito, para que não constituísse um impedimento.
  • Bispo José Mora y del Río. Bispo da Cidade do México, esteve junto com Pascual Díaz Barreto, bispo de Tabasco, um dos líderes do clero que mais pressionou para chegar a um acordo com o governo.
  • Leopoldo Ruiz e Flores. Um dos bispos que assinou os acordos que puseram fim à Guerra Cristero, recebeu em 1925 o título de Assistente do Pontifício Solio do Papa Pio XI. Após o fim do conflito, ele foi condenado ao exílio, pois o governo não respeitou integralmente os termos do acordo.

Fim da Guerra Cristero

Emilio Portes Gil chegou ao governo em 1928 e iniciou negociações com a Igreja.

A Guerra Cristero chegou ao fim em 1929, após a chegada ao governo de Emilio Portes Gil em 1928, e o início de uma série de negociações, sob forte influência dos Estados Unidos e da Santa Sé.

Uma anistia geral foi acordada para todos os rebeldes, fazendo com que apenas 14.000 dos 50.000 combatentes deponham suas armas, mas ainda havia paz a ser alcançada. O modelo de convivência e negociação constante foi lentamente conseguindo isso, embora as facções Cristero continuassem a realizar ações violentas nos governos subsequentes.

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