movimento estudantil de 68

História

2022

Explicamos o que é o movimento estudantil e as causas que o originaram. Além disso, suas consequências e quem foram seus líderes.

O Movimento Estudantil de 68 aconteceu em 26 de julho na Cidade do México.

Qual é o movimento estudantil de 68?

O movimento social do qual participaram estudantes do Instituto Politécnico Nacional (IPN) e da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), entre outros, é conhecido como movimento estudantil de 68. instituições educacional além de profissionais, trabalhadores, professores e outros setores sociais.

Este movimento se formou na Cidade do México em resposta a uma série de ataques que, dias antes, um grupo de estudantes havia sofrido por granadeiros. Eles usaram gás lacrimogêneo para prender e perseguir os jovens.

Foi assim que em 26 de julho de 1968, aquele conglomerado foi à Plaza Constitución para protestar. Mas antes de eles chegarem, a polícia reprimiu, deixando três mortos e centenas de feridos. Muitos dos jovens, em meio à repressão, refugiaram-se nos prédios da Universidade e do Colégio de San Ildefonso e foram assediados pelas forças do segurança.

Um dia depois, os alunos voltaram às ruas, assumiram o controle da UNAM, enquanto os confrontos com a polícia continuavam a crescer à medida que novas escolas eram adicionadas. Como os granadeiros não alcançaram seu objetivo -reduzir mobilizações-, o governo convocou o exército para se juntar.

Por 100 dias, os alunos, que se opuseram ao presidente e ao autoritarismo, eles foram feitos das ruas mexicanas.

Em 2 de outubro, essa situação chegou ao fim, quando os militares abriram fogo na Plaza de las Tres Culturas em Tlatelolco, onde se reuniam estudantes e jornalistas. A explicação é que sinalizadores foram lançados de um helicóptero para confundir os militares e fazê-los acreditar que eram os alunos que os estavam atacando. Foi assim que as forças de segurança alvejaram os manifestantes na praça.

Até o momento, o número exato de mortes no que ficou conhecido como o Massacre de Tlatelolco permanece desconhecido. Enquanto o governo mexicano falou de cerca de 20, os cálculos feitos pelos familiares das vítimas chegam a 65, e há quem dê a cifra de 500.

Causas do movimento estudantil de 68

Alunos do IPN e da Escola Secundária Isaac Ochoterena enfrentam dois grupos de porriles.

O movimento estudantil de 68 não se originou de uma única causa, mas sim de vários fatores que impactaram seu desenvolvimento. Para analisar este fato, é necessário levar em consideração a história do México e o contexto internacional, para além dos confrontos dos estudantes com as forças de segurança que foram, talvez, seu gatilho.

Aqui estão algumas das causas:

  • Conflitos de alunos. Em 22 de julho de 1968, alunos do IPN e da Escola Secundária Isaac Ochoterena enfrentaram dois grupos de porriles (forças de choque) que os instigaram. Esses grupos se autodenominavam Los Ciudadelos e Los Arañas. Os granadeiros intervieram no confronto e feriram vários alunos atirando pedras neles. Esse fato foi o estopim para a série de marchas.
  • Desigualdade e falta de representação. O crescimento econômico por que passava o país naquela década não se traduziu em distribuição de riquezas. A isso foi adicionado que, do Segunda Guerra Mundial, as classes populares foram vítimas das forças de segurança daquele país. Um fator a mais foi que os jovens estudantes da classe média não encontraram um representante entre as figuras e espaços políticos da época. Esses dois atores sociais foram protagonistas das mobilizações daqueles dias de 68.
  • Contexto internacional. Portas pelo mundo afora, estudantes também lideraram uma série de mobilizações que tiveram diversos objetivos, como o fim do Guerra do vietnã nos Estados Unidos, ou um socialismo "Com rosto humano" na Tchecoslováquia.O que aconteceu no México não foi um acontecimento isolado, mas mais um exemplo de jovens que queriam ser protagonistas de uma série de transformações ou revoluções que consideravam necessárias para a sociedade.
  • Cuba como norte. Um caso específico daqueles anos e que inspirou jovens de diferentes partes do mundo ocidental foi o Revolução cubana, chefiado por Fidel Castro. Foi um exemplo de que a revolução era possível.

Consequências do movimento estudantil de 68

As consequências atribuídas às mobilizações estudantis de 1968 também são várias. Algumas delas são:

  • Transformação. Após a rejeição social que o governo mexicano recebeu em decorrência do ocorrido, a chegada de um novo presidente (Luis Echeverría) em substituição a Gustavo Díaz Ordaz, trouxe uma série de mudanças internas. O novo presidente daqueles anos optou por deixar fora do poder todos os funcionários que a sociedade apontou como responsáveis ​​pelo massacre estudantil.
  • Críticas e transformações. Foram os alunos que inauguraram algo nunca antes visto naquele país: um duro questionamento sobre quem era o presidente naquela época. Apesar do descontentamento social daqueles anos, foi o movimento estudantil que abriu caminho contra as autoridades. O violência e a repressão pelo Doença Nada mais fizeram do que convencer e mobilizar outros setores da sociedade a exigir uma série de transformações.
  • Slaughter. O número de estudantes e manifestantes mortos em Tlatelolco permanece desconhecido, mas fala-se de 300 a 400 mortes pelas forças de segurança. A isso deve ser adicionado mais de 1200 prisões.

Líderes do movimento estudantil de 68

Raúl Álvarez Garín estudava na Faculdade de Ciências da UNAM.

Embora a lista seja muito mais extensa, alguns dos jovens que lideraram o movimento estudantil de 1968 foram:

  • Raúl Álvarez Garín. Na altura tinha 27 anos e estudava na Faculdade de Ciências da UNAM.
  • Pablo Gómez Álvarez. Ele era membro da Juventude Comunista desde os 17 anos. Em 1968 ele tinha 21 anos e era presidente da sociedade estudantil da Faculdade de Economia.
  • Socrates Campus Lemus. Era membro da Juventude Comunista, delegado do IPN e tinha 22 anos.
  • Luis Cabeza de Vaca. Ele foi descrito como um dos mais "radicais" do movimento. Ele tinha 25 anos e era aluno da Escola de Agricultura de Chapingo.
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