plebiscito

Sociedade

2022

Explicamos o que é um plebiscito, sua origem, para que serve e vários exemplos da história. Além disso, diferenças com um referendo.

Os plebiscitos são utilizados para consultar a população sobre questões de grande importância.

O que é um plebiscito?

O plebiscito é um evento político de consulta popular, em que determinado assunto é submetido à deliberação da maioria por meio de ato público de votação. É um mecanismo frequente de participação política na governos democráticos (e ocasionalmente nas não democráticas), cujo objetivo é dar ao povo a oportunidade de expressar sua opinião sobre um assunto de importância coletiva.

A origem desta palavra remonta ao termo latino plebiscito, que poderia ser traduzido como "decreto aprovado pela plebe". Para entender o que isso significa, devemos nos lembrar disso na Roma do século VIII aC. C. cidadãos livres foram divididos em duas categorias: patrícios, que gozavam de plenos direitos de participação política, e plebeus (plebeia) estrangeiros privados de direitos políticos.

Estes últimos foram chamados assim porque formavam "a massa" ou "a maioria" (plebe, em latim), e apenas por volta do século 5 aC. C. passou a ter maiores direitos políticos na conduta do Doença Roman, por meio de suas próprias assembléias políticas (o concilia plebis ou conselhos plebeus), cujo decretos eles vieram para ter a força de lei e eles ficaram conhecidos como plebiscitos (plebiscito), para distingui-los das leis patrícias (leges).

Mas a partir do século 3 aC. C. foi alcançada em Roma a igualdade legal entre plebeus e patrícios, transformando assim o conceito de plebiscito. Este último foi resgatado pelo democracia moderno com seu novo sentido de "consulta", praticamente sinônimo de referendo.

Para que serve um plebiscito?

Na democracia moderna, os plebiscitos fazem parte dos mecanismos de consulta ao povo, nos quais o soberania do Estado. Ou seja, são formas de consultar a opinião da maioria sobre um acontecimento de carácter público que, pela sua importância, significado ou qualquer que seja a sua natureza, merece ser decidido pela maioria e não simplesmente pelos representantes políticos do a poderes públicos.

Porém, os plebiscitos nem sempre são definitivos ou vinculativos, mas muitas vezes meramente consultivos: os poderes públicos buscam a opinião do povo sobre um assunto para se orientar e saber para onde direcionar seus passos, sem que o voto popular represente uma decisão final tomada, mas uma orientação emitida pela maioria.

Assim, o que pode ou não ser submetido a plebiscito, de que forma e em que termos, dependerá sempre do enquadramento jurídico local ou nacional, isto é, do que as leis e a Constituição estabelecerem.

Exemplos de plebiscitos

O plebiscito do Uruguai de 1980 foi o primeiro passo para a democracia.

Alguns plebiscitos famosos da história foram os seguintes:

  • O Plebiscito da Independência do Chile de 1817. Este foi o primeiro plebiscito do história A América Latina, que aconteceu em 15 de novembro daquele ano e submeteu à vontade popular a ratificação (ou não) da independência do Chile, defendida pelo comandante Bernardo O'Higgins (1778-1842). Os resultados foram favoráveis ​​à independência da Espanha e esta em dezembro foi formalmente proclamada.
  • Os Plebiscitos de Schleswig de 1920. Este é o nome dado a duas consultas populares que, na sequência do que estabelece o Tratado de Versalhes que terminou o Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ele consultou a população sobre o estabelecimento da fronteira entre a Alemanha e a Dinamarca. Seu nome veio do fato de que a consulta envolveu os habitantes do ex-Ducado de Schleswig.
  • O Plebiscito Constitucional do Uruguai de 1980. Em 30 de novembro daquele ano, uma reforma constitucional foi submetida ao voto da maioria que permitiria o ditadura perpetuação cívico-militar no poder. No entanto, 57,20% dos eleitores preferiram a opção "não", lançando assim as bases para a próxima transição para a democracia, com as eleições livres de 1984.
  • O Plebiscito Nacional do Chile em 5 de outubro de 1988. Ocorrido durante o terrível mandato do General Augusto Pinochet (1915-2006), que governava o país com mão de ferro desde 1974, foi o evento que marcou o fim da ditadura, quando 54,71 % dos chilenos votaram "não" à continuação do governo militar por um novo período de oito anos.

Diferenças entre plebiscito e referendo

Ambos os termos referem-se a mecanismos de consulta democrática, ou seja, de consulta à maioria das pessoas para se expressar sobre um assunto sensível, entre o qual não há uma diferenciação clara e explícita. Na verdade, a tendência crescente é usá-los de forma intercambiável, como sinônimos.

No entanto, em alguns leis e órgãos jurídicos, considera-se que os referendos são consultas mais formais, podendo, portanto, referir-se a matérias constitucionais e legislativas, de grande importância e hierarquia, estabelecendo assim decisões formais tomadas pela maioria. Em vez disso, os plebiscitos viriam a ser consultas informais, sobre questões territoriais ou comunitárias.

Tal diferença, deve-se repetir, é relativa e sempre dependerá do marco jurídico levado em consideração.

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