racionalismo

Filósofo

2022

Explicamos o que é o racionalismo em filosofia, suas características e representações. Além disso, diferenças com empirismo e humanismo.

René Descartes aspirava a transformar a filosofia em uma disciplina científica.

O que é racionalismo?

O racionalismo é um movimento filosófico que surgiu na Idade Moderna do Ocidente, especificamente no Europa dos séculos XVII e XVIII. Esta corrente sustentava que a razão era o principal mecanismo humano de aquisição de conhecimento. Nisto ele se distinguiu de empirismo, sua corrente oposta, que estabeleceu a importância dos sentidos e da experiência como via para a Aprendendo.

O racionalismo defendeu o postulado de que o conhecimento humano vem de sua capacidade de raciocinar, algo que constituiu em si uma mudança de pensamento substancial em comparação com os tempos passados, onde esse papel era cumprido pela fé religiosa.

Consequentemente, esta corrente filosófica só poderia surgir após o importante alterar eventos culturais que ocorreram no Ocidente durante o Renascimento e o fim do Idade Média, embora seja possível rastrear seus ancestrais desde Platão, no Grécia Antiga.

O pensador francês René Descartes foi o fundador do racionalismo. Ele era um admirador da geometria e matemática, que ele considerou um modelo a seguir para todas as formas de filosofia.

Descartes aspirava converter o filosofia em uma disciplina científica, fornecida com um métodojá que, em sua opinião, apenas pela razão poderia ter certeza verdades universal. Assim, em seu Discurso do método propôs suas quatro regras para todas as pesquisas filosóficas:

  • Provas Só é verdade aquilo que não causa dúvidas ao pensamento.
  • Análise. Compreenda algo reduzindo-o às suas partes constituintes.
  • Dedução. Encontre verdades complexas a partir de verdades simples conhecidas.
  • Verificação. Certifique-se de que o que é conhecido pela razão segue essas quatro regras estabelecidas.

O termo "racionalismo" em nossos dias adquiriu outras conotações, servindo para se referir a qualquer posição filosófica que dá à razão um lugar central sobre a fé, superstição ou outras formas de pensamento.

Características do racionalismo

O racionalismo foi caracterizado pelo seguinte:

  • Sustente a razão e o pensamento como a fonte de todo o conhecimento humano.
  • Acredite no inato: que no espírito humano existem ideias pré-concebidas, nascidas com elas ou postas lá por Deus.
  • Ele preferiu o uso de métodos lógico-dedutivos para explicar os raciocínios empíricos e confirmá-los quando possível.
  • Ele desempenhou um papel fundamental no advento do pensamento secular (e anti-religioso).
  • Seus principais defensores vieram da França, Alemanha e outros países da Europa continental, opondo-se ao empirismo vindo da Inglaterra.

Representantes do racionalismo

Baruch Spinoza é considerado o pai do pensamento moderno.

Os principais representantes do racionalismo foram:

  • René Descartes (1596-1650). Filósofo, matemático e físico de origem francesa, pai da geometria analítica e da filosofia moderna, foi um dos grandes nomes da Revolução científica, cujo trabalho rompeu com a escolástica que prevalecia até então. Junto com Spinoza e Leibniz, ele forma o trio dos maiores racionalistas da história.
  • Blaise Pascal (1623-1662). Matemático, físico, teólogo, filósofo e escritor francês, que não só contribuiu teoricamente com o Ciências Naturais e história natural, mas com praticamente todos Ciências: é um dos pioneiros na construção de calculadoras mecânicas.
  • Baruch Spinoza (1632-1677). Filósofo judeu holandês, considerado um dos grandes racionalistas do século XVII, cuja obra foi acossada pelo catolicismo e esquecida até sua redescoberta no século XIX. Filósofos posteriores como Hegel e Schelling o proclamaram o pai do pensamento moderno.
  • Gottlieb Leibniz (1646-1716). De origem alemã, este matemático, teólogo, jurista, bibliotecário, político e filósofo foi um dos grandes pensadores da sua época, a quem é conferido o título de “último génio universal”. Suas contribuições em todas as áreas mencionadas são significativas, tanto que até seus detratores o admiravam profundamente.

Racionalismo e empirismo

As duas vertentes filosóficas que o ceticismo Eram o racionalismo, a favor de dar à racionalidade humana um lugar central na aprendizagem, e também o empirismo, que se propunha a dar esse lugar à experiência e ao mundo dos sentidos.

Esses dois modelos se opuseram ao longo da Idade Moderna e constituíram os pólos filosóficos do Ocidente, os pais das escolas filosóficas posteriores e cada uma das chaves, à sua maneira, no desenvolvimento do pensamento científico como o entendemos hoje.

Racionalismo e humanismo

O movimento racionalista tem semelhanças com o humanismo, pelo menos em sua versão secular, no sentido de que considera a razão humana como o único caminho verdadeiro para a verdade das coisas. Assim, o racionalismo substituiu a fé religiosa que reinou no pensamento ocidental durante a Idade Média.

Esse deslocamento permite o surgimento de um pensamento filosófico alheio à religião, que também é central para a doutrina do humanismo, cujo objetivo principal era colocar o ser humano, e não Deus, no centro do mundo. Isso não significa que o racionalismo fosse ateísta, uma vez que não excluía ou afirmava a existência de Deus a priori.

Por outro lado, o humanismo laico propôs uma visão valorizadora e digna do ser humano, para a qual uma visão racionalista e cética é fundamental, embora nela a questão também seja importante. ético do ser humano, algo que os racionalistas não contemplavam. Desse modo, nem todo racionalista viria a ser humanista.

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