apoptose

Biólogo

2022

Explicamos o que é apoptose, o que faz e quais são as suas fases. Além disso, apoptose neuronal e diferenças com necrose.

A apoptose é um processo controlado de morte celular.

O que é apoptose?

A apoptose é o mecanismo de autodestruição celular que permite ao corpo controlar o desenvolvimento e o crescimento das células para descartar aquelas com anomalias ou defeitos perigosos. Este processo de morte a célula programada opera por meio de sinais celulares controlados geneticamente e tem uma importante função preventiva em organismo.

Este processo pode ocorrer no corpo de duas maneiras:

  • Indução negativa. Ao isolar o célula destinado a morrer, isto é, pela retirada dos fatores de crescimento, perdendo algum tipo de atividade supressora ou cortando seu contato com as células que o cercam.
  • Indução positiva. Ativando proteína ou outro tipo de compostos orgânicos que desencadeiam a morte celular, ou mesmo a recepção de sinais conflitantes pela célula marcada para morrer.

Em ambos os casos, a apoptose ocorre em termos ordenados e metódicos, não caóticos, seguindo diretrizes estritas de um suicídio celular e deixando o Sistema imunológico lidar com os "restos" das células removidas.

É, então, um processo natural que faz parte dos mecanismos de proteção e renovação do organismo. Geralmente não representa dano significativo a nenhum sistema celular, uma vez que, se necessário, células jovens do mesmo tipo que as eliminadas estão sendo produzidas na mesma proporção.

Função de apoptose

A apoptose é uma função de planejamento vital do organismo, que cumpre as seguintes funções:

  • Livrar-se de células anormais que nasceram atrofiadas, têm anormalidades ou foram infectadas com vírus ou sofreram danos ao seu DNA.
  • Elimine algumas células velhas e defeituosas e substitua-as por novas células que cumpram a mesma função, mantendo o corpo saudável. Isso é particularmente importante no caso das células de defesa do corpo, que podem desenvolver uma tendência a atacar os tecidos saudáveis ​​por engano.
  • Prossiga para a formação do organismo durante os estágios principais de seu desenvolvimento, como vários estágios embrionários em que o tecido deve ser perdido ou separado. Assim, por exemplo, se formam os dedos, que inicialmente são unidos por uma membrana: as células desta devem ser programadas para morrer e separar cada membro. É também o que acontece com o endométrio uterino durante a menstruação.

Fases de apoptose

A apoptose tem duas fases reconhecíveis, que são:

  • Fase de decisão. O processo de apoptose começa com a recepção por certas células de um sinal de morte, ou seja, uma instrução para o suicídio. Em seguida, ela deve "decidir" se ela sobreviverá ou iniciará os processos de morte. Para isso o mitocôndria são organelas fundamentais: geram complexos multiproteicos que liberam conteúdo intramitocondrial, como o citocromo C, certos hormônios da família das caspases e outros gatilhos de apoptose.
  • Fase de execução. Depois que a célula "decide" morrer, inicia-se um processo de degradação das proteínas da cromatina em seu interior, pondo em movimento tudo o que era secretado na fase anterior pelas mitocôndrias. Isso envolve uma série de reações bioquímico ordenado, culminando na autólise celular, isto é, com a célula se desintegrando, deixando para trás resíduos moleculares dos quais o sistema imune vai assumir.

Apoptose e necrose

A necrose é um processo caótico que não afeta células individuais, mas tecidos inteiros.

Apoptose e necrose não devem ser confundidas. O primeiro é um processo natural, saudável e ordenado. Ao contrário, a necrose é um caso de morte celular não programada e indesejada, conhecida como morte do tecido, que coloca em risco a integridade do organismo.

A diferença fundamental é que a necrose é um processo caótico, acidental e irreversível, no qual as células de algum tecido começam a morrer em massa.

A necrose pode ocorrer por várias causas: infecções bacteriana descontrolada, a interrupção do fluxo sanguíneo para determinados tecidos (acidentes vasculares) ou a ação de toxinas como venenos, substâncias letais ou radiações ionizantes de níveis elevados.

Também é comum quando as extremidades de uma pessoa foram expostas ao frio extremo. Esses casos geralmente levam à amputação, pois a necrose se espalha por todo o corpo e pode causar uma reação séptica geral (infecção generalizada).

Apoptose neuronal

As células do sistema nervoso e o cérebro, chamados neurônios, também passam pelo processo natural de apoptose, no qual neurônios Os velhos são suplantados pelos jovens. No entanto, a geração desses tipos de células no corpo é muito mais lenta e esporádica do que o resto das células normais do corpo.

Consequentemente, com o tempo, nosso sistema nervoso se deteriora, causando perda de eficiência cerebral, reação nervosa retardada ou mesmo perda de certas funções, como fica muito evidente na velhice avançada. Na verdade, muitas doenças mentais que costumam afligir as pessoas na velhice, como a demência senil, dependem desse processo.

Existem outras patologias, como a epilepsia ou a doença de Alzheimer, em que esse processo se associa a um mau funcionamento das células gliais, responsáveis ​​por absorver e descartar os restos de neurônios mortos, evitando que causem problemas.

Assim, nessas doenças, os resíduos se acumulam e interferem no funcionamento normal do cérebro, causando a perda de massa encefálica ou deixando cicatrizes e lesões que contribuem para a perpetuação do problema.

O experimentação científica Atualmente ele dedica grandes esforços ao estudo da apoptose, prevendo a eventual cura dessas e de outras doenças relacionadas, como o câncer.

Apoptose e câncer

Várias causas internas ou externas podem levar ao aparecimento de células defeituosas, geralmente portadoras de DNA danificado. A célula tenta reparar o dano causado pelo DNA danificado ou, se impossível, condenar-se à morte programada. Assim, o corpo evita que as células defeituosas se reproduzam, disseminando a falha genética.

Se os mecanismos pretendidos falharem, o mesmo sistema imunológico pode exercer pressão para forçar a célula a sofrer apoptose. Se o processo for bem-sucedido, evita-se a proliferação de possíveis células cancerosas, por exemplo.

O problema é que muitas células pré-cancerosas não respondem a sinais de apoptose internos ou externos, procedendo assim a se dividir descontroladamente e gerar tumores, massas enlouquecidas de células que se reproduzem sem parar.

Por esse motivo, muitos estudos atuais sobre o câncer se concentram em entender por que as células cancerosas bloqueiam suas funções naturais de apoptose. Uma possível cura seria intervir externamente para reacender o processo, sem a necessidade de terapias altamente destrutivas e invasivas como a radioterapia ou quimioterapia.

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