criminalística

Direito

2022

Explicamos o que é criminologia, seus princípios e métodos de pesquisa. Além disso, diferenças com a criminologia.

A criminalística estuda o crime de uma perspectiva científica.

O que é criminologia?

A Criminalística é uma disciplina que estuda e investiga o crime, ou seja, o crime, aplicando métodos científicos e conhecimentos que lhe permitam reconstruir a forma como foi cometido, identificar os culpados e explicar com grande certeza o que aconteceu. Junto com a criminologia e outras disciplinas semelhantes, constitui o que é conhecido como ciência forense.

A criminalística é muitas vezes entendida como uma disciplina auxiliar do Direito Penal ou mesmo o Direito em geral. Foi definida como a "ciência dos pequenos detalhes", uma vez que se concentra em detalhes investigativos para encontrar o verdade do crime cometido (isto é, reconstruir fielmente suas circunstâncias).

Embora seja uma disciplina autônoma, é comum recorrer a práticas e conhecimentos das ciências naturais e de muitas outras disciplinas técnicas. Como campo formal de estudo, a criminologia nasceu por volta do século XVII, nas mãos da medicina legal, quando os médicos passaram a auxiliar na investigação de casos de homicídio ou assassinato. violência física, contribuindo com seus conhecimentos especializados.

Naquela época, já existia a medicina legal, criada em 1575 para auxiliar na resolução de conflitos jurídicos por meio do conhecimento médico, e as impressões digitais, que surgiram por volta de 1665, que é o estudo das impressões deixadas pelas impressões digitais. Junto com a criminologia, muitas dessas disciplinas floresceram e contribuíram com conhecimentos vitais para a compreensão e resolução do crime.

A chave para isso foi a incorporação, durante o século XIX, de criminosos famosos às fileiras da polícia em Europa, como foi o caso do famoso Eugene-François Vidocq (1775-1857). Este último foi o primeiro a propor estudos balísticos para solucionar um homicídio, e o primeiro a usar moldes para capturar impressões digitais na cena do crime.

No entanto, o criminalista mais proeminente de todos os tempos foi o austríaco Hans Gross (1847-1915), considerado o pai desta disciplina e fundador de uma método ciêntifico conhecida como “escola criminológica de Graz”, já que também foi membro fundador em 1912 do Instituto Real e Imperial de Criminologia da Universidade de Graz, na Áustria.

Princípios da criminologia

Os criminosos devem estudar a cena dos eventos.

A criminalística estuda o crime a partir de uma perspectiva científica, ou seja, metódica, verificável e concreta, livre de especulações e subjetividades, e comprometida com a evidência física e tangível. Para fazer isso, é guiado por um conjunto de começo, ou seja, de abordagens fundamentais, entre as quais se destacam:

  • Princípio de uso. Todo crime é cometido por meio de algum agente físico, químico, biológico ou informático, que pode então ser usado como prova.
  • Princípio de troca. No momento de cometer um crime, o criminoso, a vítima e o local dos fatos trocam indícios ou evidências recuperáveis ​​e verificáveis.
  • Princípio de correspondência. Qualquer pegada, marca ou cicatriz corresponde necessariamente ao corpo ou objeto de maior dureza que a originou.
  • Princípio da certeza. Toda evidência de qualquer espécie encontrada na cena do crime merece um estudo científico minucioso para determinar se corresponde ou não ao fato investigado, de forma que se almeje sempre os mais altos níveis de certeza possíveis.
  • Princípio de produção. Todo ato criminoso produz provas recuperáveis, uma vez que não existe crime perfeito. Essa evidência vai depender do tipo de crime e da morfologia do local onde for cometido.

Por outro lado, o processo penal, ou seja, o método de investigação científica dos crimes, responde aos seus próprios princípios fundamentais, tais como:

  • A proteção do local dos eventos, para evitar que as evidências sejam roubadas, modificadas ou que novas evidências capazes de distorcer o processo sejam incorporadas.
  • Observação do local dos acontecimentos, desde que aí se encontrem as provas necessárias para iniciar a investigação.
  • A fixação do local dos eventos, ou seja, uma vez constatadas as evidências, devem ser devidamente registradas por meio de descrição escrita, fotografia, planimetria, etc. O tempo joga contra a verdade.
  • O levantamento das provas, que deve ser feito de forma adequada, de forma a não destruir ou alterar as provas.
  • O estudo de evidências em laboratório, a fim de aplicar práticas científicas experimentais e delas obter evidências mais especializadas.
  • A cadeia de custódia, encarregada de verificar se a coleta, transporte, manuseio e preservação das provas são adequadas para não inviabilizar as conclusões delas extraídas.
  • A preparação de laudo pericial, ou seja, a entrega das conclusões científicas obtidas às autoridades competentes.

Métodos de pesquisa

A criminologia emprega uma infinidade de métodos Y técnicas cientistas de pesquisa, a fim de coletar a maior quantidade possível de dados, em formação e evidências da cena do crime. Esses métodos incluem:

  • A medicina legal, que consiste no estudo anatômico e fisiológico do cadáver ou do corpo da vítima, para dele extrair as evidências médicas ou biológicas pertinentes.
  • A meteorologia forense, que consiste no estudo das condições meteorológicas no momento do crime, para rastrear suas evidências nos objetos envolvidos.
  • Genética forense, que consiste na coleta e comparação de material genético entre a cena do crime e os possíveis suspeitos. É de uso particular em casos de crimes sexuais, uma vez que existem amostras úteis de DNA em secreções como saliva, sêmen, sangue, etc.
  • Balística forense, que consiste no estudo de cartuchos, balas e armas, bem como da cena do crime, para verificar se uma arma esteve ou não envolvida em um crime, e acompanhar a trajetória dos projéteis disparados.
  • O antropologia forense, que consiste na recomposição de traços, sexo, altura, grupo étnico e outros fatores corporais de restos humanos encontrados.
  • A impressão digital, que consiste na coleta e comparação de impressões digitais na cena do crime, para determinar se uma pessoa portava uma arma, estava em um local ou tocou no corpo da vítima.
  • Entomologia forense, que consiste no estudo de insetos e artrópodes que estão alojados em um cadáver em ambiente urbano e rural, a fim de determinar por quanto tempo ficou exposto aos elementos e outros fatores circunstanciais do crime.
  • Toxicologia forense, que consiste na busca de substâncias estranhas ou estimulantes (álcool, drogas, produtos químicos, etc.) no corpo dos sujeitos envolvidos, vivos ou mortos.
  • Piloscopia, que consiste no estudo científico do cabelo ou cabelo encontrado na cena do crime, para determinar se é de origem animal ou humana, e se pertence ou não a um pessoa específico.

Carreira criminalística

A carreira da criminologia tem presença mundial em várias universidades e institutos de ciências forenses. Geralmente é ministrado como bacharelado, embora haja também abordagens técnicas menores.

Aqueles que se formam nesta carreira são conhecidos como criminologistas e frequentemente encontram emprego em instituições judicial Doença, em centros de investigação privados, em ONGs e outras organizações de Justiça internacional, ou mesmo em instituições de ensino da área.

Criminalística e criminologia

Não devemos confundir essas duas disciplinas, que embora abordem o mesmo objeto de estudo: o crime, o fazem a partir de pontos de vista muito diferentes e com objetivos muito diferentes.

A criminalística tem como foco desvendar como ocorreu o crime, ou seja, recompor o ocorrido por meio da investigação. Por outro lado, a criminologia estuda o crime de um ponto de vista filosófico, tentando encontrar a razão dos crimes que acontecem. Podemos pensar nessa diferença como que a primeira é uma disciplina prática e aplicada, enquanto a segunda é uma disciplina teórica e reflexiva.

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