Características de uma peça

Arte

2022

Explicamos quais são as características de uma peça no que diz respeito à sua estrutura, forma e conteúdo.

Uma peça é uma obra de arte coletiva.

O que é uma peça?

Uma peça, drama ou peça de teatro é uma obra literária inscrita no gênero teatral, uma das mais antigas do humanidadeonde eles apertam as mãos literatura e as Artes Cênicas.

Uma peça é a encenação de uma história ou de uma série de situações, de forma que o público as aprecie e possa se emocionar tanto estética quanto emocionalmente. Trata-se, então, de um obra de arte coletivo.

As obras de teatro podem ser muito diferentes entre si, e inscreva-se tradições, escolas e tendências muito variadas, pois foram evoluindo junto com as diferentes sociedades desde os tempos antigos.

As primeiras peças surgiram no Grécia antiga, fruto de certos rituais religiosos que ao longo do tempo ganharam complexidade cênica. Assim surgiu o hábito de recriar na praça pública o grande mitos e histórias dele religião e sua história, em obras escritas por seus grandes dramaturgos.

ao longo de história, as obras teatrais desempenharam um papel central não só na exploração e expressão artística, mas também na debate sobre as idéias sociais e políticas do momento. Por exemplo, no século 20, durante a explosão artística do vanguardas, teatro e política muitas vezes se reuniam para educar as massas ou expô-las a situações fictícias propícias ao surgimento e debate de certas ideias.

A seguir, revisaremos detalhadamente cada uma das características gerais de uma obra teatral.

Características de uma peça

1. Combine o cênico e o literário

Uma peça é a versão teatral de um texto literário.

Uma peça é uma performance de palco, pois acontece em um palco, por meio de atores e outros elementos visuais, mas ao mesmo tempo a performance é regida por um roteiro, ou seja, por um texto teatro que é em si uma forma de literatura.

Dessa forma, quando vemos uma peça estamos "vendo" o texto, ou seja, uma versão cênica (proposta pelo diretor da peça), baseada na texto literário (escrito pelo dramaturgo).

Por exemplo, a peça de William Shakespeare Aldeia Foi escrito na Inglaterra em 1603, mas ainda é apresentado em palcos teatrais hoje. Isso é possível porque o texto original é interpretado por um diretor contemporâneo, que decide como será feita a encenação: quais partes do texto serão utilizadas e quais não serão, como será a ambientação, como será o personagens, etc

2. Propõe algo ao público

Uma peça permite ao espectador apropriar-se da experiência dos personagens.

O público que assiste a uma peça geralmente o faz porque busca se divertir, como quem vai ao teatro cinema. No entanto, as peças teatrais são geralmente concebidas não apenas como um hobby (o que não seria mau), mas como um evento que oferece uma mensagem ou reflexão aos espectadores.

Não importa se a peça é uma comédia, uma tragédia ou algum outro gênero; Se sofre ou ri ou faz as duas coisas, a peça busca comover o público e fazê-lo viver as situações que se passam diante dele, ao vivo e direto, sem a mediação de um contador de histórias.

Ao fazê-lo, ele convida os espectadores a se apropriarem das experiências dos personagens e a reviverem as suas: quando vemos Ofélia sofrer com a falta de amor de Hamlet, sofremos com ela e revivemos aquele sentimento que certamente nós mesmos experimentamos.

Da mesma forma, quando vemos Antígona sofrer pelo destino do corpo de seu irmão morto, sofremos com ela e questionamos se as leis da sociedade deveriam ser sempre tão rígidas quanto as defendidas por Creonte, o então rei de Tebas. Esta mensagem fica conosco após o término do trabalho e nos permite refletir sobre nosso entorno real e imediato.

3. Tudo acontece no presente

A história teatral sempre acontece imediatamente e diante dos olhos dos espectadores, embora algumas ações precisas possam ocorrer fora do palco, ou seja, escondidas nos bastidores. Nos casos em que o público não pode presenciar o ocorrido, é normal que os personagens se refiram a ele, sem se dirigir ao público, para que este entenda que algo aconteceu fora do palco.

No entanto, no teatro não há narrador, como no romances e os histórias, para que o público saiba apenas o que acontece no palco e o que os próprios personagens comentam diálogos e solilóquios (monólogos interiores).

4. Crie um mundo

Uma peça constrói um mundo através de vários elementos cênicos.

A mesma obra pode ser encenada de formas radicalmente diferentes se desejar, e isso depende muito do cenário proposto, ou seja, da forma como a realidade ficcional contida no roteiro será representada. Nesses cenários, diferentes elementos interagem, como:

Os atores, que emprestam seus corpos aos personagens para que ganhem vida própria, usando roupas (trajes), figurinos, máscaras, maquiagem ou outros elementos corporais.

Os adereços, ou seja, os objetos que servem para auxiliar os atores na história, como espadas, pratos, copos, mesas, cadeiras, etc. Esses elementos móveis aparecem e desaparecem da cena conforme a necessidade, e em alguns casos nem estão presentes, mas são evocados pelos próprios atores e deixados à imaginação do público.

O cenário, ou seja, os elementos decorativos que nos dizem onde a ação acontece e que muitas vezes mudam se os personagens mudarem de lugar na história. Para uma montagem de Hamlet, por exemplo, você pode reproduzir as paredes de pedra do castelo e os tapetes vermelhos da realeza, ou pode deixar tudo para a imaginação do público. Essas decorações podem ser de diferentes tipos:

  • Permanentes, quando estão em cena durante toda a execução da obra, uma vez que não há mudanças importantes de local.
  • Simultaneamente, quando se trata de vários cenários permanentes diferentes (por exemplo, vários locais: um jardim, um palácio e a rua da aldeia) entre os quais os atores se deslocam quando a obra o exige.
  • Mutável, quando os cenários mudam de acordo com cada cena da peça, reorganizando-se no escuro ou atrás da cortina antes que os atores apareçam.

Efeitos especiais, sejam luzes projetadas no palco, música ou efeitos sonoros (trovão, chuva, cantos de pássaros, etc.) que soam em determinado momento da peça e servem para adicionar drama e expressividade ao que é mostrado. Esses elementos também podem ter um significado simbólico.

É o diretor da peça quem decide como esses elementos compõem uma proposta cênica. Também é possível que o dramaturgo especifique no texto da peça como alguns deles devem ser usados.

5. Tem uma certa estrutura e duração

A estrutura de uma peça é determinada pelo roteiro da peça.

A estrutura de uma peça, ou seja, as partes que a compõem, é sempre determinada pelo roteiro teatral, mas isso não significa que o diretor não possa fazer suas próprias propostas e alterar a estrutura. Em qualquer caso, toda obra teatral é composta por:

  • Atos, ou seja, grandes divisões narrativas marcadas por uma queda e subida da cortina (se houver) ou algum artifício similar, pois muitas vezes implicam uma mudança de cenário, a passagem do tempo ou algum outro aspecto importante dentro da história teatral que exige de um rearranjo de palco. Uma peça pode ser composta de um único ato, ou de muitos.
  • Cenas, ou seja, pequenas divisões narrativas dentro de um ato específico, cujo início e fim dependem da entrada e saída dos personagens em cena. Um ato pode ter quantas cenas desejar.

Em relação à duração de um trabalho, inicialmente se considerava que duravam várias horas, se não noites inteiras. Hoje, eles são muito mais curtos em estilo, variando de uma a três horas de duração, às vezes com interlúdios ou pausas no meio.

6. A “quarta parede”

A quarta parede é invisível para os espectadores, mas não para os personagens.

Um dos princípios fundamentais do teatro tem a ver com a chamada “quarta parede”, que é invisível e é através da qual observamos a obra. Todo cenário supõe uma situação e um lugar representado, de onde podemos ver o chão, o teto e as laterais (onde os atores entram e saem), mas os personagens, por outro lado, não podem nos ver.

É por isso que muitas vezes olham em nossa direção para observar a paisagem, ou para falar consigo mesmos, já que aquela “parede invisível” ou “quarta parede” esconde o público. Algo semelhante acontece no cinema, em que os personagens raramente olham para a câmera que os filma.

Em algumas obras, no entanto, a quarta parede pode ser “quebrada”, fazendo com que os personagens se dirijam ao público, digam coisas para eles ou os incorporem no palco de uma forma ou de outra. Isso é particularmente comum no teatro de rua ou onde o público está no palco.

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